Avaliação física e fotocatalítica de peças porosas de ZnO obtidas por consolidação por amido

Corantes são substâncias utilizadas em processos industriais tais como indústrias têxteis e configuram-se como uma classe de resíduos danosos ao meio ambiente se descartados de maneira inadequada, sobretudo em recursos hídricos. Assim, há uma grande necessidade de aplicar técnicas que permitam realizar a remoção dos corantes dos efluentes industriais, dentre as quais destacam-se os Processos Oxidativos Avançados (POA´s). A fotocatálise heterogênea (um tipo de POA) consiste na ativação por radiação de um semicondutor. Dentro deste contexto, pesquisas que abordem o emprego de peças sólidas porosas para fins fotocatalíticos são ainda pouco encontradas e exploradas. Cerâmicas porosas são tipicamente frágeis; logo, justifica-se a busca por técnicas de conformação e posterior tratamento térmico que permitam um equilíbrio entre porosidade e resistência mecânica. Este trabalho estudou a obtenção de cerâmicas porosas de óxido de Zinco através de uma técnica ainda não explorada para tal aplicação: a consolidação por conformação por amido, e a sua aplicação como catalisadores na degradação fotocatalítica do corante Rodamina B. Peças com diferentes relações mássicas de ZnO e amido - sendo elas 10, 20, 30, 40 e 50% em massa de amido - foram produzidas e caracterizadas a verde. Após tratamento térmico utilizando-se taxa de aquecimento de 1C/ min, patamar de queima de 120 minutos e temperatura de queima a 800C, as peças foram caracterizadas através da determinação de suas propriedades físicas e ensaios fotocatalíticos. A atividade fotocatalítica foi avaliada por meio da decomposição da Rodamina B (RhB), mediante exposição à radiação de luz UV; tendo sido investigada também a influência da proximidade das amostras em relação à fonte de radiação na solução de RhB. A viabilidade da técnica para a obtenção das peças porosas foi comprovada, obtendo-se valores de porosidade aparente de 64,24%. Constatou-se também que quanto maior a proximidade da luz, maior a atividade fotocatalítica para a degradação da RhB utilizando radiação UV, sendo os melhores resultados obtidos em até 79,19%.